Em São Luís e em outras cidades do Maranhão, projetos em energias renováveis, práticas sustentáveis e inovações em pequenas empresas indicam caminhos para o lucro com responsabilidade social e ambiental.
Quando se fala do futuro de uma sociedade, pautas como sustentabilidade, consciência climática na política e o avanço da inteligência artificial têm se destacado nos últimos anos.
Porém, em paralelo aos grandes debates, as pequenas empresas também apontam os caminhos para o futuro por meio do impacto gerado na prestação de serviços, produção de renda e força na economia, inclusive em momentos de crise.
Segundo levantamento recente produzido pelo Sebrae Maranhão, atualmente existem 297.010 negócios ativos no estado, sendo 282.820 só de micro e pequenas empresas (MPE), o que engloba os microempreendedores individuais (MEIs), microempresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPPs).
As MPE não somente são a maioria dos empreendimentos, representando 95,2% do total, como também são os portes de empresas que apresentaram maior aumento percentual desde 2019, registrando um acréscimo de 63% contra 12,8% das médias e grandes, juntas.
“Na história econômica brasileira os pequenos negócios sempre tiveram, do ponto de vista social, um papel ‘amortecedor’ das crises econômicas periódicas pelas quais o país passou. Foram eles, na maioria das vezes, que, de algum modo, garantiram ocupação e renda para as pessoas atingidas pelos efeitos negativos de tais crises e continua sendo assim até o presente momento”, comenta o gerente da Unidade de Inteligência de Mercado do Sebrae no Maranhão, André Santos, sobre a importância do apoio às micro e pequenas empresas.
Rafaella Rocha é um exemplo de como a atitude para criar uma pequena empresa pode trazer grandes resultados. Está no ramo de confeitaria desde 2010, em São Luís, quando pediu demissão de um emprego para se dedicar apenas ao ofício que atuava desde 2003, intercalando com a faculdade de economia.
“Abri mão do trabalho de carteira assinada e abri a loja física. Apostei tudo e formalizei”, conta Rafaella.
Em 2016, diante da recessão econômica que o Brasil enfrentava, resolveu investir ainda mais no negócio de doces. O crescimento veio, principalmente em datas comemorativas, como a páscoa.
Com o passar dos anos, a venda de doces foi ampliada para ministração de cursos e até consultorias em cafeterias e restaurantes. Gerando empregos, atualmente Rafaella possui vários funcionários, entrou também no mercado de turismo e inspira nos cursos mais de 500 pessoas por ano a também abrir negócio.
“As pessoas estão em busca dessa oportunidade de se inserir no mercado. (…) Compartilhar conhecimento é uma atitude nobre que enriquece tanto quem o compartilha, quanto quem o recebe, pois o conhecimento se multiplica quando é dividido”, diz a empresária, após mais de 15 anos de trabalho.
Dados
Em números, de acordo com uma análise do Sebrae com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em março de 2024 foram criados 244.315 novos empregos no país, com as MPE sendo responsáveis por 146.434 novas contratações (59,9% do total de vagas criadas).
No primeiro trimestre de 2024, o país apresentou saldo de 719.033 novas contratações. As MPE responderam por 59,7% dessas contratações, o que equivale a um total de 429.703 vagas criadas, um aumento de 21,9% no volume de contratações comparando com o saldo de empregos gerados no mesmo período de 2023, quando foram criadas 352.433 vagas.
No Maranhão, o saldo de empregos gerados pelos pequenos negócios foi de 2.331 em março desse ano, 10,19 por mil empregados, colocando o estado na 7ª posição entre as demais unidades federativas e Distrito Federal. No período, o saldo líquido de empregos no estado foi cinco vezes maior quando comparado ao das médias e grandes empresas, que registrou 443.