O bairro da Glória, na zona sul do Rio de Janeiro, está vivendo um momento de transformação que poucos imaginariam há alguns anos. Outrora visto como uma área marcada por problemas de segurança e pouca valorização, o renascimento da Glória ganhou força após a revitalização de 2022, especialmente com a reinauguração da praça Edson Cortes. Hoje, o bairro atrai cariocas e turistas com sua feira animada, rodas de samba e um charme renovado que o colocou na lista dos lugares mais legais do mundo pela revista Time Out em 2024. O renascimento da Glória é um fenômeno impulsionado por redes sociais e pelo turismo, mas nem todos estão felizes com essa mudança. Moradores antigos sentem o peso dos preços altos e da superlotação, que alteraram a dinâmica do lugar. Vamos explorar como o renascimento da Glória mudou o bairro e os desafios que vieram junto.
Antes da pandemia, o renascimento da Glória não era nem um sonho distante para muitos dos seus habitantes. A região, embora próxima ao centro histórico e com uma localização privilegiada, era frequentemente ignorada por quem buscava lazer ou moradia na cidade. Porém, o processo de revitalização trouxe nova vida às ruas, com a praça se tornando um ponto de encontro vibrante e a feira da Glória ganhando status de atração turística. Esse renascimento da Glória começou a atrair um público jovem e diverso, que encontrou no bairro uma alternativa aos pontos mais saturados, como Copacabana e Ipanema. As redes sociais amplificaram essa fama, com fotos e vídeos destacando o ambiente descontraído e autêntico. No entanto, o que era uma feira tranquila para os locais agora fica intransitável após as 10h nos fins de semana.
O renascimento da Glória também transformou a oferta de lazer e gastronomia na região. Bares como Vila Rica, Chimeninho e Braseirinho, antes conhecidos apenas pelos moradores, agora lotam aos domingos, dificultando até mesmo encontrar uma mesa. A chegada de blocos de rua e eventos musicais faz parte desse renascimento da Glória, trazendo energia e movimento, mas também barulho que incomoda quem vive ali há décadas. Os comerciantes, por sua vez, aproveitam o fluxo de visitantes para diversificar os negócios, com tapiocas que custavam 7 reais saltando para 15 reais em poucos meses. Esse renascimento da Glória reflete uma valorização que vai além do cultural, impactando diretamente os preços de produtos e serviços. Para muitos, o bairro perdeu parte de sua essência em nome da popularidade.
A hipervalorização dos aluguéis é outro capítulo marcante no renascimento da Glória. Moradores antigos, como a publicitária Moema Dias, relatam que os valores dispararam, equiparáveis aos de áreas nobres que antes superavam o bairro em prestígio. O renascimento da Glória atraiu um novo perfil de residentes e investidores, dispostos a pagar caro pela chance de viver nesse ponto agora badalado da zona sul. Essa mudança, no entanto, pressiona quem já estava acostumado a uma vida mais acessível na região. O renascimento da Glória trouxe um dilema: enquanto o bairro ganha destaque e infraestrutura, os custos crescentes afastam parte da comunidade original. É um preço alto a se pagar pela fama repentina.
O movimento nas ruas também mudou com o renascimento da Glória, especialmente nos fins de semana. O que antes era uma caminhada tranquila pelas calçadas agora exige paciência para driblar multidões, segundo relatos de quem vive ali. O renascimento da Glória transformou o bairro em um polo de encontros, mas a falta de controle sobre o volume da música e o horário dos eventos gera reclamações frequentes. A chegada de um público externo, muitas vezes jovem e em busca de diversão, é vista como uma das causas dessa agitação. Para os moradores, o renascimento da Glória trouxe vida, mas também tirou a paz que caracterizava o lugar. A sensação é de que o bairro já não pertence totalmente a quem o construiu.
Nem todos os comerciantes acompanham a onda de aumentos que veio com o renascimento da Glória. Feirantes como Marlon Reis afirmam manter preços justos, mesmo com a crescente presença de turistas e estrangeiros na feira. Ainda assim, o renascimento da Glória alterou a percepção de valor na região, com itens básicos subindo para atender à nova demanda. A criadora de conteúdo Mary Teles, que visitou o bairro recentemente, ficou impressionada com a lotação e o clima efervescente, algo que seu marido estrangeiro também notou com surpresa. O renascimento da Glória colocou o bairro no radar nacional e internacional, mas esse sucesso cobra seu preço. Para alguns, a autenticidade local está sendo trocada por uma versão mais comercial do lugar.
O renascimento da Glória também reflete um movimento maior de redescoberta de áreas urbanas no Rio de Janeiro. Assim como aconteceu com a Lapa ou o Santo Cristo em anos anteriores, o bairro se beneficia de sua proximidade com o centro e da busca por alternativas aos destinos tradicionais. O renascimento da Glória é, em parte, um reflexo do pós-pandemia, quando as pessoas passaram a valorizar espaços abertos e experiências locais. Contudo, a falta de planejamento para lidar com o aumento de visitantes preocupa os moradores, que temem que o bairro perca sua identidade. O renascimento da Glória é celebrado por muitos, mas questionado por quem sente que o custo da fama está alto demais. Equilibrar crescimento e preservação é o desafio atual.
Por fim, o renascimento da Glória é uma história de contrastes, onde o progresso e os problemas caminham juntos. O bairro se reinventou como um ponto vibrante e desejado, mas esse sucesso trouxe preços elevados, barulho e uma rotina menos tranquila para os moradores. Viajar para a Glória ou até morar ali pode ser tentador para quem busca o hype carioca, mas exige adaptação a uma realidade em transformação. O renascimento da Glória mostra como a revitalização pode mudar a cara de um lugar, nem sempre agradando a todos. Para os que acompanham essa evolução, resta a esperança de que o bairro encontre um meio-termo entre sua nova popularidade e o charme que o tornou especial. O futuro da Glória está em aberto, mas seu renascimento já é um marco.
Autor: Luanve Urimkoilslag
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital